Falácia Ad Hominen e outras no texto do Registro Dissonante

Posted by Trunkael | Posted in , , , , , | Posted on 11:14

Para começar veremos um texto muito fácil de ser indentificado com argumento falaciosos, foi publicado no blog Registro Dissonante e pretende provar que quem critica o BBB so o faz para se mostrar inteligente:

Big Brother Brasil 10


Começou ontem o Big Brother 10 e toda a população brasileira já se sente mais inteligente por tabela.


Falácia de generalização, supõe que o começo do programa faz com que toda a população brasileira fique mais inteligente.

Estou longe de ser um fanboy defensor do reality show - porque nem sempre assisto e, principalmente, não sou pago pra defender ninguém - mas me divirto demais elogiando o programa por um simples motivo: os seus detratores são tão ou mais divertidos que os próprios brothers da casa.


Ad Hominem, afirma-se que o contra-argumentador é mais divertido que os "personagens" do programa

O mais divertido é que eles não sabem disso.


Falácia de generalização seguida de pressuposição apressada. Ele está supondo que todos os detratores de BBB são divertidos por não saberem que são divertidos.

Afinal, criticar Big Brother é atestado de superioridade. É como vestir uma medalha de bom nível cultural, agora que criticar novela já virou carne de vaca.


Ironia e generalização apressada, usa-se uma afirmação não provada e a propõe como regra geral.

O brasileiro médio, nosso Homer Simpson, gosta de avacalhar o gosto popular, de dizer que odeia axé, funk e sertanejo, mas não tem muito critério na hora de revelar do que, afinal, ele gosta.


Circularidade, ironia, generalização e ad hominem. Usa a expressão 'brasileiro médio' sem definir o é um brasileiro médio, compara-o com um personagem de um seriado norte-americano que virou sinonimo de burrice. Para completar afirma que esse brasileiro médio (seja lá quem ele for) diz que odeia certos estilos músicais mas não sabe dizer sobre o que gosta. Ou seja, não disse absolutamente nada.

O Big Brother é um lixo fútil, cheio de gente burra, mas o CQC e o Pânico, puxa, cara, que engraçado aqueles caras tirando as gordinhas na praia ou os bêbados na balada.


Tentativa de ironia seguido por uma Falsa Analogia, compara CQC e Pânico a BBB sem nem ao menos tentar demonstrar o que esses programas tem em comum.

O Big Brother é armado e não acrescenta nada, aquelas gostosas não têm nada na cabeça, mas quando a hashtag #tuitealgomuitoantigo bomba no Twitter, pouca gente é capaz de citar algo que tenha acontecido antes dos anos 80.


Espantalho e Ad Hominem. Escolhe um argumento irrelevante, mesmo assim em vez de atacar o argumento ataca o argumentador-brasileiro-médio-homer-divertido

Estou, neste momento, com uma vontade danada de perguntar a todos os críticos do Big Brother qual o último livro que eles leram, e quando foi. Mas tenho muito medo do tipo de resposta que vou ouvir. Melhor deixar quieto.


Ironia, Suposição apressada, Ad Hominem. Pergunta sem perguntar, supondo que qualquer resposta seria insatisfatória.

É uma variação daquele velho experimento filosófico dos reflexos na caverna. O Big Brother é o reflexo do Brasil. Não dentro da casa, aquilo são só sombras. A verdade está aqui fora e é muito mais deprimente.


Falsa Analogia. Compara o programa defendido à Caverna de Platão, que foi erroneamente citada com experimento. Afirma que dentro da Caverna de Platão o BBB se compara as sombras e o Brasil ao mundo das idéias, seguindo de um auto-contra-argumento pois foge da analogia proposta. Se o Brasil é o mundo das idéias ele deveria ser superior em todas as suas formas de acordo com Platão, mas aqui conclue-se que o Brasil é mais deprimente que as sombras. Ou seja, utiliza-se uma analogia para tentar provar a "beleza" do programa, mas faz-se o contrário.

O discurso geral é que quem crítica o BBB só o faz para parecer inteligente. Mas como esse texto não tem nenhum argumento real não foi difícil achar dezenas de falácias, vamos detalhar as falácias observadas.

Ad Hominem
O tempo todo o autor ataca diretamente qualquer contra-argumentador e ignora os contra-argumentos.

Generalização
O autor afirma que todos aqueles que criticam o programa são divertidos (por não o saberem que são), brasileiros médios, Homer Simpsons; odeiam axé, funk e sertanejo mas não sabem o que gostam; gostam de Pânico e CQC; em geral não sabem o que aconteceu antes dos anos 80. Mas não prova nenhuma dessas afirmações.

Espantalho
"O Big Brother é um lixo fútil, cheio de gente burra, mas o CQC e o Pânico, puxa, cara, que engraçado aqueles caras tirando as gordinhas na praia ou os bêbados na balada. O Big Brother é armado e não acrescenta nada, aquelas gostosas não têm nada na cabeça"
O autor utiliza contra-argumentos fracos (inventados pelo mesmo) mas ainda sim falha, pois não ataca esses contra-argumentos.

Linguagem preconceituosa
Utiliza-se termos que pretendem diminuir o contra-argumentador, como brasileiro médio Homer Simpson

Circularidade
Supõe que a expressão brasileiro-médio definem o contra-argumentador, no entanto ele não define o "brasileiro médio".

Mas a jogada mais interessante do autor foi tentar comparar o BBB à Caverna de Platão, não sei se ele simplesmente não sabe sobre a teoria da caverna, ou se simplesmente ignorou, o resultado foi uma frase contraditoria. A analogia da Caverna compara esse mundo que conhecemos às sombras dentro de uma caverna, segundo Platão há um mundo ideal fora dessa caverna, um mundo perfeito. Então autor compara o BBB às sombras, o que não é uma comparação errada, pois o programa pode se considerado um simulacro da realidade, que no caso seria o Brasil. Até ai tudo bem, mas ele termina dizendo que aqui fora, no Brasil, é muito mais depreimente, o que contraria a idéia platonica de um mundo ideal e perfeito.

Conclusão geral sobre o texto: péssimo.

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